A nossa série das Embalagens do Futuro continua! Na primeira parte, a gente descobriu que é possível criar um plástico 100% natural e biodegradável. Você achou a ideia incrível? Não pare por aqui, porque a gente achou outra ideia revolucionária e queremos dividir com você!
O BOPP: melhor amigo das embalagens, pior inimigo do meio-ambiente
Hoje em dia, um dos maiores problemas em termos de embalagens são das comidinhas rápidas. Com certeza você já usou uma delas comendo um dos seus salgadinhos favoritos. O campeão dos materiais usados é o BOPP (Polipropileno Bio-orientado), material composto por um filme plástico de alta resistência. Ele é um plástico com várias camadas, usado pela maioria dos fabricantes devido a um preço barato e à boa conservação dos alimentos.
São justamente essas várias camadas de plástico que tornam o material difícil de reciclar. No Brasil, a maioria das marcas de salgadinhos e outras comidinhas embaladas usam esse material. Ele é prático e barato, mas o custo para o meio-ambiente é altíssimo. Abrem facilmente, são leves e respondem a sua função de manter os produtos fresquinhos e crocantes, porém, o BOPP demora mais de 100 anos para se decompor…
No papel, o BOPP é um material reciclável mas, na prática, a história muda completamente. Existem poucas recicladoras no mundo investindo na tecnologia para reciclá-lo. Essa falta de incentivo é causada pelo alto custo da tecnologia devido à dificuldade de separar esse material composto de várias camadas.
A solução do BOPP?
Como a gente gosta de descobrir soluções para esse tipo de problema, fomos procurar do outro lado do atlântico, mais pro sul do continente europeu, em Israel.
O plástico para embalagens de alimentos e bebidas é responsável por dois terços dos resíduos de plástico do mundo: não é pouco! Mas alguém novo chegou para mudar as coisas! A embalagem parece plástico, funciona como plástico – mas é totalmente compostável. A marca israelense TIPA está inovando no campo do design de embalagens. Ela cria produtos de plásticos flexíveis e biodegradáveis que podem ser jogados fora como uma casca de laranja ou de banana.
A receita do futuro desse novo plástico
A embalagem é feita de polímeros biodegradáveis (parcialmente à base de plástico natural) e é 100% compostável, portanto, esse novo plástico pode ser descartado junto com os resíduos orgânicos.
A oferta da marca inovadora, Tipa, inclui soluções de embalagens para alimentos secos e frescos, tais como barras de granola, batatinhas, produtos frescos, sacos com zip e vitaminas.
Uma oferta que seduz cada vez mais os fabricantes conscientes
Daphna Nissenbaum, CEO da TIPA, comenta como surgiu a ideia inovadora da sua empresa: “A principal razão para este foco é porque a maioria das embalagens flexíveis não pode ser reciclada, portanto, a maioria desses pacotes acaba em aterros e ficam ali por centenas de anos.”
“Hoje em dia existem pouquíssimas opções no mercado de embalagem compostável”, explica Nissenbaum. “Isso está mudando graças à um maior interesse em sustentabilidade por parte das empresas. O número dos fabricantes tentando fazer e usar este tipo de embalagem está crescendo.”
A demanda por embalagens sustentáveis está aumentando dramaticamente. Nussembaum explica que cada vez mais países adotam novas leis reguladoras em relação às embalagens de plástico. “Todos nós entendemos que algo tem que mudar – não podemos seguir brincando com plástico como estamos fazendo hoje.”
Com empresas em busca de novas soluções e consumidores exigindo produtos sustentáveis, a TIPA aparece no momento certo.
Snact: do produto sustentável à uma embalagem compostável
No ano passado a startup inglesa SNACT, de Ilana Taub, impediu que mais de 50 toneladas de maçãs, bananas, mirtilos e framboesas fossem para aterros, criando lanches de frutas excedentes. Mas eles seguiam se perguntando “por que estamos vendendo os nossos produtos dentro de embalagens de plástico?”
A fundadora explicou: “Nós lançamos nossa nova embalagem em dezembro do ano passado com plástico tradicional, enquanto lutamos para encontrar uma opção ecologicamente correta que tivesse as propriedades funcionais necessárias, além de ser segura para os alimentos”. Foi quando descobriram a empresa TIPA, “agora temos a solução perfeita para fazer isso e construir em nossas próprias credenciais ecológicas” disse Ilana Taub.
Uma embalagem revolucionária que se descompõe em 6 meses
Essa embalagem, totalmente compostável, é projetada para se decompor biologicamente dentro de 180 dias, atuando da mesma forma que uma casca de laranja. Em testes realizados por laboratórios da TIPA para simular condições de compostagem doméstica, a nova embalagem se decompôs em apenas 24 semanas, antes de se tornar um fertilizante para o solo.
Com essa nova embalagem, a marca israelense TIPA está entrando forte no mercado dos plásticos biodegradáveis. Será que encontramos a nova embalagem do futuro, substituindo as embalagens de BoPP nas prateleiras dos supermercados?
Vamos torcer para que essas novas ideias fertilizam como essa embalagem 🙂